segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Preconceito Linguístico - Marcos Bagno livro em PDF para baixar

Preconceito Linguístico é um livro que apesar de polêmico, sempre leva as pessoas a terem uma reação frente ao objeto da Sociolinguística: a variação linguística. A natureza e a proposta dos estudos da variação linguística são bastante diferentes da proposta elaborada por Bagno no livro; dizemos, geralmente, que o livro de Bagno é uma espécie de marxismo dos estudos da variação linguística. Contudo, é interessante notar que as propostas de ataque a tradição gramatical brasileiro feita por Bagno no livro tem um fundo social bastante reacionário, Bagno, sem dúvida, é uma espécie de cavaleiro que deseja desfazer, desenraizar, ou ainda, exterminar o preconceito linguístico que tem profundas raízes na nossa história e na forma que organizamos a nossa sociedade.

Espero que com a leitura do livro, a Sociolinguística possa ter mais e mais cavaleiros para lutarem em favor dos menos favorecidos, seja linguísticamente ou socialmente falando.

Deleitem-se com a litura de Preconceito Linguístico: o que é, como se faz.



CLIQUE AQUI E BAIXE O LIVRO

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O LÉXICO: O QUE É, COMO SE FAZ

O léxico é tradicionalmente definido como o conjunto de todas as palavras de uma língua. Para nós, o léxico consiste em um arsenal de signos utilizados e transformado durante a comunicação humana. Geralmente, o significado de uma palavra (signo lingüístico) não é utilizado em seu máximo, tendo sempre o discurso utilizado uma parte do sentido de um lexema, por isso que o lexema, no nível do discurso, é sempre transformado. O léxico de uma língua natural possui uma dimensão incalculável, visto que o léxico é o sistema mais aberto da língua, recebendo e perdendo (substituindo) elementos. Desse modo, muitos autores entendem o léxico como um organismo, que está continuamente em transformação. Por isso que, segundo estudiosos da lingüística-comparatista, os elementos dos sistemas lexicais das línguas naturais (lexemas) podem ser considerados como algo que nasce, cresce, se reproduz e morre, ou seja, um ser vivo. Esses estágios dos elementos lexicais possuem ligação com alguns estágios do seres vivos: o nascimento é o momento da produção, da criação a partir de processos sistemáticos como os processos de composição, derivação, empréstimos e siglagens; o crescimento corresponde à aceitabilidade do elemento dentro do sistema lingüístico, ou seja, dentro do sistema lexicográfico da língua(dicionários e uso popular), em outras palavras, quando o elemento tem aceitabilidade (reconhecimento e utilização) da população no geral e dos especialistas em léxico; a reprodução diz respeito à possibilidade de derivação de um elemento. Os lexicógrafos são quase unânimes em admitir que um lexema só fará parte de um sistema lexical quando ele possuir a capacidade de formar novos elementos dentro do sistema,como por exemplo, nos casos mais claros de neologismos por empréstimos lingüísticos do inglês (atualmente, o sistema lingüístico que mais tem contribuído para o sistema do português) scanner já está adaptado morfologicamente ao sistema do português, visto que forma outros elementos no idioma, como adjetivos scanneado, verbos scannear e claro, substantivos scanner. O último estágio de uma palavra em uma língua é o estágio da substituição ou morte completa, ou como a Lexicologia chama Arcaização. Continuamente, elementos são apagados do quadro lexical das línguas. Lexemas que outra que outrora possuíam uma alta freqüência nos textos utilizados pela sociedade, são substituídos ou tornam-se obsoletos, como os casos de chávena, amplamente utilizados no texto de Machado de Assis, no início do século XX, hoje é considerado um arcaísmo e é desconhecido pelos falantes brasileiros. Outros exemplos de arcaísmos do português é entonce, alférezes, meles entre outras. Nos estudos sobre o léxico, uma das questões mais caras é com relação à unidade do léxico. Muitos são os trabalhos que se debruçam sobre essa problemática sem chegar a avanços consistentes. Qualquer falante nato de uma língua sabe exatamente que existem unidades lingüísticas utilizáveis em qualquer discurso, mas poucos ou nenhum têm a habilidade de dizer, exatamente, o que é uma palavra. Qualquer resposta que se dê com relação a essa problemática, vai sempre suscitar uma outra pergunta, como podemos ver nos trabalhos que se prestam a essa análise. A título de exemplo, levemos em consideração apenas uma das respostas a esse “nó” da Linguística (da Lexicologia, mas não só dela). Se dissermos que uma palavra é um conjunto de elementos formadores de uma língua (morfemas, afixos) que se unem para dar sentido a um elemento, forma ou fenômeno extralinguístico, estaremos cobrindo apenas uma parte do léxico, uma vez que o elemento lingüístico que conhecemos como palavra não tem função simplesmente semântica (substantiva, adjetiva ou verbal), mas temos “palavras” que tem função gramatical, que aponta para o interior do léxico, as chamadas palavras funcionais, como o artigo, a preposição a conjunção e suas locuções. Geralmente, nos esquecemos dessas “palavras” por elas não possuírem conteúdo semântico, mas “conteúdo gramatical”. Um exemplo é perguntar para qualquer pessoa dar exemplo de uma palavra. Raras serão as pessoas que dirão que um artigo, uma preposição, um pronome constituem uma palavra. Geralmente, as primeiras palavras serão substantivos, algumas serão adjetivos e por fim verbos, é fato! Contudo, mesmo diante dessa problemática, existem algumas abordagens que nos direcionam para uma quase resposta a esse enigma esfigíaco. A abordagem dada por Biderman (1978) a essa problemática é um bom início. A autora, partindo do pressuposto defendido por Sapir, de que cada sistema lingüístico está fundamentado em um conjunto de regras extralingüísticas (sociais, culturais, folclóricas) próprias de cada comunidade (ou o relativismo lingüístico). Desse modo, com exemplo de línguas que não derivaram do latim (como o turco e o japonês) a autora demonstra que o conceito de palavra defendido pelo estruturalismo é falho, visto que nesses sistemas, as relações entre os elementos e os conceitos operam diferentemente do português, do francês ou de qualquer outra língua ocidental derivado do latim ou do anglo-saxão. Por isso, Biderman diz que o conceito de palavra deve ser relativizado em cada língua. Portanto, o português deve ter seu conceito,o francês o seu e o japonês o seu. Lembro que esses e outros conceitos estão difundidos nos estudos de Lexicologia amplamente publicados país a fora. Exemplos desses estudos são a coleção de livros lançados pelo GT de Lexicologia da ANPOLL, conhecida por As ciências do léxico, que reuni trabalhos, ao longo de seus 6 volumes, de estudiosos consagrados no Brasil e no mundo. Na internet, proliferam trabalhos publicados em periódicos com números dedicados a essa área da língua ou em números avulsos, além de anais de eventos que se dedicam exclusivamente aos assuntos sobre o léxico. BIDERMAN, M. T. C. Teoria Linguística. Rio de Janeiro: LTC, 1978.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

UM GLOSSÁRIO ELETRÔNICO DA CANA-DE-AÇÚCAR DO MARANHÃO (VERSÃO PRELIMINAR) Este glossário é um trabalho de iniciação científica desenvolvido pelo projeto Atlas Linguístico do Maranhão (ALiMA), Projeto do departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com o conselho Nacional de Pesquisa, por meio de bolsa de Iniciação Científica – Voluntária. O ALiMA, por meio de sua vertente Produtos Extrativistas e Agroextrativistas maranhenses – cana-de-açúcar, durante um ano, investigou a linguagem de plantadores tradicionais, não mecanizados, de cana-de-açúcar do Estado, em três municípios – São Bento, Central do Maranhão e Buriti. Por meio do questionário semântico-lexical da cana-de-açúcar produzido pelo ALiMA, nos foi possível coletar os termos do universo laboral do micro e pequeno agricultor maranhense. Este glossário encontra seu valor em três âmbitos: um acadêmico, um social e outro econômico: Socialmente, até onde podemos constatar, a ideia desse glossário é pioneira, visto que no Maranhão, não há trabalhos dessa natureza que investiguem diatopicamente o léxico da cana-de-açúcar, sobretudo para mostrar sua variedade à luz das teorias que investigam o léxico em voga no mundo; a importância acadêmica esta no fato de esta ser a primeira vez que um glossário eletrônico de cunho socioterminológico é feito no Estado, mostrando o início de uma tradição que revela-se promissora, com relação ao estudo do léxico no Maranhão e a econômica diz respeito que com esse glossário, o micro e pequeno agricultor de cana-de-açúcar terá menos problemas de se comunicar com o técnico agrícola, uma vez que os dois terão uma ponte que diminua a distância comunicativa ente os dois. Esta primeira versão do glossário é constituída por 78 entradas e 50 variantes. Tendo sido, até agora, catalogados por nós 128 termos desse universo. É interessante observar que esta pesquisa continuará investigando esse universo em outros municípios maranhense, para observarmos a variação existente nessa linguagem especializada. Este Glossário é constituído por imagens da pesquisa e dos objetos dos engenhos e dos alambiques visitados por nossa equipe. Além das imagens, o glossário vem também com um vídeo explicativo sobre o processo de plantação da cana-de-açúcar. O glossário é de fácil manuseio e pode ser aberto em qualquer computador. Bastará que o usuário instale o programa de sustentação do glossário que o usuário poderá utilizar todas as informações, e ter acesso ao vídeo e as imagens que são disponibilizadas no glossário. O glossário poderá ser utilizado e dividido de forma gratuita desde que os devidos créditos da criação da obra sejam dados.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

LEXISPACE: UM ESPAÇO À LEXICOLOGIA

Oi Pessoal, sei que estou meio distante deste blog, mas quero justificar minha ausência com o anúncio de um novo site sobre lexicologia e lexicografia. É  LEXISPACE. Clique sobre o link e curta os espaços do site.


LEXISPACE


Na página, estarão à disposição dos internautas, informações sobre eventos, chamadas para publicações e trabalhos publicados que tenham o léxico como o principal fonte de estudo.

Contamos com a visita de todos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O GOL - Ferreira Gullar

A esfera desce
do espaço
veloz
ele a apara
no peito
e a pára
no ar
depois
com o joelho
a dispõe a meia altura
onde
iluminada
a esfera
espera
o chute que
num relâmpago
a dispara
na direção
do nosso
coração.